quinta-feira, 20 de novembro de 2008

:: Poema

7 de junho de 2004
A Carlos R. Leme.

Outros já partiram antes de você,
mas sem que eu pudesse perceber
ficaram por perto
e antes que algo em mim os reclame, retornam.

Não sei como será agora, tento te esperar
como se todos os dias sua partida tivesse acontecido ontem
e o hoje fosse apenas algumas horas sem seu barulho.
Algumas dores sempre existiram, apenas se mostram tarde.

Porque é tarde que entendemos o movimento da vida,
embora sempre achamos cedo e que, amanhã, tudo voltará
ao mesmo quintal, com os mesmos gritos e brigas.

Não temos mais risos à televisão nem pipas ou bolinhas matadeiras.
Não temos mais os mesmos tênis, calças, gravatas e planos.
Temos somente, talvez, o mesmo medo de olhar para trás: crescemos

Um comentário:

Thai disse...

Belo poema!
Ah, pode ir pensando numa adaptação para uma versão feminina...rs