quarta-feira, 9 de junho de 2010

:: Poema

DECLARAÇÃO


É você
mesmo que tardio
meu estalo
meu clichê
obviedade de minha confusão
É você
minha catacrese
meu ritmo acelarado
minha melopeia
É você
meu ato sem ação
minha insônia
meu riso amarelo
meu motivo de reclamação
É você
alegria que entristece
meu maior presente
manhã que me anoitece
É você
meu abono legítimo
meu algo no vazio
nascente da minha alegria
meu rio
É você
meu arroz caseiro
meu fuba com erva doce
doce de leite mineiro
É você
minha sombra
minha brisa
minha tapioca exagerada de Iracema
meu pôr do sol em Fortaleza
É você
sem dúvida
calor e calafrio
meu melhor estalo
mesmo que tardio.

7 comentários:

Maria Clara disse...

QUE LIIIINDO! Li e reli três vezes!! Quem dera receber uma declaração como essa...

Anônimo disse...

Olá, Maria Clara!

Grato pela visita e comentário.

Sds,
Norival

Thai disse...

Olá, Nori!
Sabe que seus pitacos literários são sempre bem-vindos, né?
Já mandou??? rs...
Beijos!

Anônimo disse...

Palavras...sempre belas!vindas dessa alma de poeta, ilustrada...Quanta alegria ao lê-las em tua pagina, meu amigo...
Um abraço
Lila

Michele disse...

Eu sempre te disse, que só a poesia SALVA a alma desses pobres seres imundamente... Mundanos...!

E impressionantemente expressos por estes versos que DECLARAM como estamos nas mãos do outro.

Lindas palavras.

Um grande abraço!
Michele

Unknown disse...

Ju, peço licença... preciso usar esse poema pra me expressar...
é lindo!

Marcia disse...

Querido Norival!

Trabalho em uma biblioteca de escola em Joinvill-SC. Esta linda poesia foi plagiada por uma dupla de alunos, do 9o ano, em um trabalho para a professora Silvana de Língua Portuguesa. Anotei o endereço do blog, para provar o crime. Mas gostaríamos de saber mais sobre você e o que acha disso, como uma lição para os dois.
Aguardaremos sua resposta ansiosas. Obrigada.