Todavia em São Paulo é poesia.
Metro livre à noite
Fixo e rimado no rush
Outras pura poesia concreta
Fragmentadas:
letras esparsas espalhando palvrões e encantos
Absorvendo borrachas, lama e sono
Algumas versos inacabados
Mudos
Escuros
Sorriso de gente triste
Toda via em São Paulo é poesia.
Cheias de cal e suor
Cheias de idas
De suspiros e
palavras inomináveis.
Um comentário:
Vai o vento em vão
Nem tudo passa nessa estação
Na Portuguesa-Tietê
E se eu beijar você?
A linha azul vai e passa
Em um passo, te busco, me abraça
Te pego pela mão
pra fora do vagão
Você diz que meu cheiro inebria
Eu não sabia se sorria
A luz no rio refletia
Adiando a hora da partida
Que parte na ida
Quando o que queria mesmo é voltar
A Tiradentes a passar
E eu ainda pensando em te beijar...
O relógio correu
Eu corri pro outro lado
Fui até o Tucuruvi
E nem vi
Você ir
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