quarta-feira, 2 de outubro de 2013

:: Poema

Hoje um homem preto
Quase azul
De sorriso cândido
Coloria palavras para
Sua filha
Não ouvi o que falava
Tinha ver com escola
Tinha a ver com
Experiência e sala de aula
Certo é que quando
Falava
Enfeitava
Coloria
Os caminhos da menina


domingo, 22 de setembro de 2013

:: Poema

Amo em silêncio
E não me orgulho
Orgulho-me apenas de
Um modo ou de outro
Amar

De A a Z
Meus amigos
Parentes
Amantes
e
Conhecidos
Distantes
Sumidos
Vizinhas
e
Vizinhos
Amo em silêncio

Desconhecidos
Ex amores
Os por vir
O de agora
São todos silêncios em mim

Inimigos
Mocinhas e Bandidos
Com fé nos outros
Ou
No próprio Umbigo
Eu amo vocês
E bebo a isso sem
Um tim-tim sequer
Porque amo sem barulho

Se amar é sofre
Sofro em silêncio
E não me orgulho por não gritar

Mas já há tanto barulho
Tanto ruído
Tanto a ver
Tanto a olhar
Tanto tanto

Que amo todos
E mesmo em silêncio
Me comovo em amar
E claro que amor não se basta em si

É que amo tanto tanto
Que um dia morro de tanto amar
E talvez eu morra em silêncio

Porque são tantos os amores
E tantas as formas que é fácil falar
Difícil mesmo é amar

Amo em silêncio
E não me orgulho
Orgulho-me apenas
de Amar




:: Poema

Gosto de poemas que terminam
dizendo as mesmas palavras do início

"Como dois e dois são quatro..."

Deveria seguir-se agora um lista grande
de poemas e poetas

Mas sofro de memória
ou de falta

Talvez por isso

Gosto de poemas que terminam
dizendo as mesmas palavras do início




quinta-feira, 5 de setembro de 2013

:: Poema


Curto ou Largo
Passo a Passo

Sigo
      a diante
E sem ou com
Passo
Não raro
Giro rápido
Em meu próprio eixo
E retomo pasmo
Meu Ex Passo




sábado, 31 de agosto de 2013

:: Poema


Seca folha que
um dia verde era
voltará flor: primavera



domingo, 25 de agosto de 2013

:: Poema (?)

[Saudade Cítrica]

Neste domingo
as laranjas deixam cheiro de saudade
e minhas mãos dançam em vão
: já não cobrem mais
as fissuras
não calam mais os gritos
nem afagam mais seus pêlos

O vazio rói sorrateiro
enquanto o silêncio
que abraçava todas a peças
foge a cada a carro que passa longe

Latidos se espalham 
mas nenhum riso
nenhum sonho

Imperativamente vozes palpitam
: sopram versos que não consigo escrever

Então fecho os olhos
Cheiro minhas mãos
Cheias de laranja e Saudades

- É possível lavá-las com leite
Mas prefiro, Não!



segunda-feira, 10 de junho de 2013

:: Poema


Rascunho no branco
a protopoesia que estava
ali
solta e viva a rondar bocas e
vidas
deslizando entre pés e pernas
descidas
ancorada em tímidos soslaios
compassos
aerada e cinza de fuligens de
máquinas
proto-rica-poesia perdida e
nua
onde será que foste parar
rua
como vou resgatar toda um dia
você
integra
simples
e
pura
 ?



domingo, 17 de março de 2013

:: poema


um bom poema andou por anos
na rua da amargaliteratura
lido e copiado 
aqui
ali
décadas a fio
desafiou críticos e padrinhos
sem gênero definido
a saber se era linha ou linho
costurou com angústia e lírica
seu próprio caminho
morrendo e re
vi
vendo
toda essa putaria escura
de muita vaidade
e pouca bravura.


sexta-feira, 1 de março de 2013

:: Poema


Sempre que vem o haikai
o essencial fica
o exagero sai