domingo, 1 de maio de 2011

:: Poema

Ponta
 
A ponta da caneta
fina que seja
tinta o papel
como se fosse pedra
 
Falsa delicadeza
obscura face: sorrateira
revala-se palavra doce
sob a marca negra
 
Trançando risco à deriva
cola em celulose: saliva
pedaços semânticos
escorridos na malícia do bico
 
Fina extremidade que corre
financiando atos: decretos
subjetivos ou concretos
esperando a eternidade
 
Às vezes sangue outras petróleo
faz zigue-zague: sonhos
zona imprecisa ponta
lisa, frágil e torpe
 
d
 e
s
           a
fiando
 o
             vazio.



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