É você
mesmo que tardio
meu estalo
meu clichê
obviedade de minha confusão
É você
minha catacrese
meu ritmo acelarado
minha melopeia
É você
meu ato sem ação
minha insônia
meu riso amarelo
meu motivo de reclamação
É você
alegria que entristece
meu maior presente
manhã que me anoitece
É você
meu abono legítimo
meu algo no vazio
nascente da minha alegria
meu rio
É você
meu arroz caseiro
meu fuba com erva doce
doce de leite mineiro
É você
minha sombra
minha brisa
minha tapioca exagerada de Iracema
meu pôr do sol em Fortaleza
É você
sem dúvida
calor e calafrio
meu melhor estalo
mesmo que tardio.
calor e calafrio
meu melhor estalo
mesmo que tardio.
7 comentários:
QUE LIIIINDO! Li e reli três vezes!! Quem dera receber uma declaração como essa...
Olá, Maria Clara!
Grato pela visita e comentário.
Sds,
Norival
Olá, Nori!
Sabe que seus pitacos literários são sempre bem-vindos, né?
Já mandou??? rs...
Beijos!
Palavras...sempre belas!vindas dessa alma de poeta, ilustrada...Quanta alegria ao lê-las em tua pagina, meu amigo...
Um abraço
Lila
Eu sempre te disse, que só a poesia SALVA a alma desses pobres seres imundamente... Mundanos...!
E impressionantemente expressos por estes versos que DECLARAM como estamos nas mãos do outro.
Lindas palavras.
Um grande abraço!
Michele
Ju, peço licença... preciso usar esse poema pra me expressar...
é lindo!
Querido Norival!
Trabalho em uma biblioteca de escola em Joinvill-SC. Esta linda poesia foi plagiada por uma dupla de alunos, do 9o ano, em um trabalho para a professora Silvana de Língua Portuguesa. Anotei o endereço do blog, para provar o crime. Mas gostaríamos de saber mais sobre você e o que acha disso, como uma lição para os dois.
Aguardaremos sua resposta ansiosas. Obrigada.
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