Falar sobre o amor é sempre um risco absurdo de cair no clichê ou dar tiro no pé. De qualquer maneira, decidi correr esse ou esses riscos.
Não sou do tipo solteiro convicto como alguns gostam de ser ou parecer e como outros me classificam, aliás, costumo responder que sou um convicto da felicidade! Só ou acompanhado o sujeito deve buscar sua alegria, bem estar: felicidade. Para tanto, reproduzo um conceito comum em que a vida se constitui de momentos felizes e que como sabemos não são os únicos de uma vida minimamente normal.
Ao "involuntariamente" pensar neste assunto, imaginei o seguinte cenário: a mulher ideal seria além de linda – aos meus olhos -, amiga, admirável, independente e simples. Ela seria também carregada de uma alegria natural e essa seria sua única exigência: que você fosse também naturalmente alegre.
Idealização, clichê, obviedade ou qualquer outra coisa, pouco importa nome ou característica dada, o amor deveria ser assim.
O exemplo é dado por meio de uma mulher e ilustra um relação amorosa, porém isso se estende para tudo: pai para filho e vice e versa e , claro, amigos; aliás essa formula deriva muito da relação de amizade dentro e fora do círculo familiar.
É delicioso gostar de alguém e simplesmente não sofrer com suas viagens constantes ou longas, pelo contrário, curtir a ideia e superar a tristeza inicial por curtir a mesma expectativa boa do outro e depois ser também beneficiado da sua alegria e êxito: "o amor é paciente, cuidadoso e não tem vaidade" bíblia sagrada, corintios, 13. "O amor é […] amor", Camões.
Desconheço a contribuição da psicologia ou qualquer outra mais moderna, mas quando não é assim, pode até parecer amor, pa-re-cer.
Se machuca, se destrói, se afasta, ou seja, se a vaidade fala mais alto, o amor está contaminado ou não é amor.
Sobre saudade e ciúmes.
Saudade é presença em nós de algo bom do outro: "é amor que fica", citando um médico que cita um paciente. Ausência é, na verdade, presença. Todos somos provas de que valorizamos mais algo ou alguém quando somos afastados. Outra obviedade: saudade é bom, aliás, muito bom!
O ciúmes é fundamental em qualquer relação, desde que mantido a níveis seguros, funciona como o raio: descarga elétrica que fertiliza o solo.
Todos conhecemos uma ou outra história amorosa, filial ou de amizade que enche-nos de esperança ou de tristeza, isso é a vida real.
Particularmente não creio que minha definição inicial seja um idealização: temos em maior ou em menor medida esse amor paciente, cuidadoso e sem vaidade; precisamos sim é acordar para ele em todas as suas esferas: aproveitá-lo muito e oferecê-lo muito, contudo, para que isso seja real é indispensável que isso comece com seu interlocutor inseparável que é você mesmo.
Seja consigo o que gostaria que outros fossem: amigo, admirável, independente e simples.
Estar bem com seu eu, ou seja, em equilíbrio, é o mínimo que você pode fazer por você mesmo e por mais paradoxal que pareça, isso não quer dizer, nem de perto, rir o tempo todo.