segunda-feira, 12 de abril de 2010

:: Poema

Tenho livros que jamais lerei
não raro perco a fé nos estudos
depois volto a eles como se fossem a única saída
vozes cruzam minha cabeça sem que as distingua
sem que as ouça de fato
são ônibus e motos de escapementos abertos
transitando entre os espaços que separam meus neurônios
mesmo no estado de sono não me recomponho
eu sou caos ao acordar
sou dor
desespero
um rascunho
versos soltos num guardanapo amaçado
poema incompleto que anda

4 comentários:

Thai disse...

Nossa! Seus últimos versos estão inspiradíssimos. Não sei dizer de qual gostei mais.
Amei!
Beijos,

Francisco disse...

a gente sempre acha que vai parar de ler...

EU sempre acho.

mas sempre acho uma coisa que me interesse por acaso.

estou lendo clássicos infantis.

Dr Jekyll VS Mrs Hyde disse...

e nos programamos para fazer coisas que nao faremos, e sonhamos com coisas mas nem nos movemos para chegar la. Mas as vezes alcançamos lugares que nem imaginaríamos estar, conhecemos pessoas que são melhores do que pessoas idealizadas.

Thalita Pacini disse...

Como vc constrói uma imagem dessa?

"Eu sou o caos ao acordar"

Acho que um poeta exerce plenamente a poesia assim como vc fez neste momento, quando desencadeia no leitor a inclinação a se reconhecer (a sua moda) no texto ou parafraseá-lo.

Ju, vc falou uma verdade: é um poema incompleto que anda. Ainda bem.