Dias desses me pego deitado em minha cama, pronto para desabar em sono até o dia seguinte que viria logo, nada demais se eu não estivesse involuntariamente ou inconscientemente deitado da metade para baixo, ou seja, com pelo menos metade das pernas para fora cama.
Assim que o ato falho foi percebido, todos os problemas que circundam a cabeça de alguém que dorme hoje pensando no que fazer amanhã desapareceram, o que permitiu uma autoanálise quase que imediata.
A idéia de compensação imaginária foi a primeira a surgir, e confesso que ainda agora enquanto escrevo, dias depois, não foi completamente descartada; não fica atrás a de projeção, mero ato falho e, claro, coincidência.
Certo é que teve efeitos, um dos quais essa crônica é conseqüência, além de outros que não se revela em algo a ser publicado, mesmo porque, tudo já foi dito e resultou inútil, como qualquer poema.
Interessante saber que, ao contrário do que se imagina, é possível romper o bloqueio natural ora vigente de modo involuntário, embora ressalva seja feita, não é comum.
Um comentário:
Metade do corpo pra fora da cama...assim como eu.
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