sábado, 6 de junho de 2015

:: Poema (?)


Estive por um fio
escorria por ele a vontade que os homens tem
de serem grandes, alguém
: jogador de futebol, piloto, empresário
marido, pai ou algum outro tipo de mandatário
Depois que tudo isso escorreu não ficou mais nada
apenas o que sou eu
Sem autoridade alguma 
cheio de vaidade nenhuma
vazio de quereres que aos olhos dos outro enchem
sobrou um eu (quase)
genuíno
De olhar grave, seco, quase calmo e sobretudo
Livre
E uma vez liberto pude
finalmente
amá-los
Me esvaziei de tudo que era dos outros
para me encher de afeto
: só assim sei amar.