domingo, 21 de dezembro de 2014

:: Poema (?)


Há Choro
Sanfona
E Viola
Na minha quebrada.
Há Dor
Prezepada
E Nóias
Na minha quebrada
Há Sonhos
Intentona
E Gloria
Na minha quebrada.

Também
Perfume fresco e Sorrisos
Perspectiva
PeleE
Amor
Na minha estrada

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

:: Poema (?)

A  chuva pingando lenta e oca
Sobre a lona lá fora
Enquanto palavras
Se embaralham dissonantes
Aqui dentro
Remete a uma
Paz esquisita e fora
De hora
Até mesmo os latidos débeis
Para um vigia (sempre) suspeito
Confortam
E a vida parece não ter
Mesmo
Nenhum mistério.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

:: Poema (?)

Caconatomia

Parte de mim
essa vontade de
e s f a c e l a  r - s e
,
di-
vi – dir -
me em
par
t e
s

Obra de Adriana Varejão

domingo, 31 de agosto de 2014

:: Poema


À minha perna esquerda

Embora destro
É minha perna esquerda
A dar sempre o
Primeiro passo
Esse ato corajoso e
Repe
Ti
Tivo
Deixa nela
Marcas
Que com o tempo
Se agravam
: brava perna esquerda
Sempre Bamba
Sem (nenhuma) destreza
Cumprindo quieta e dolorida
O destino
A sina
De levar adiante este corpo
Esta vida.

terça-feira, 27 de maio de 2014

::Poema (?)


Ainda de madrugada
Rotineiramente
A caminho do trabalho
Um Poema me assalta
e
Sorrateiramente
Leva meus versos embora.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

:: Poema (?)


Quem dera fosse
tudo do meu jeito
Em vez do não
Ouvia: aceito

Quem dera fosse
Tudo como quero
Em vez da partida
Ouviria:  te espero

Quem dera fosse
Fácil de combinar
Em vez de trabalhe
Ouviria: gozar

Mas

Quem sabe um dia
Mesmo sem querer
A vida se apruma
E ao invés de sair do eixo
Eu ouça: aquiete-se aqui
Nêgo
que
hora
ou
     hora
Antes do sol clariá
Tudo que fosse ou sesse
Será!
(?)

sexta-feira, 7 de março de 2014

:: Poema


Devagar
Lento
Es cor
rego
Sobre
Vivo
tento
a
tento
Acumulo um pouco
de
gás
o x
i
g  n
ê   i
o
e
mesmo
longe
dis
perso
tento
não
me per
der
Ah sim
lento
neste
mundo
faster
on
de
meio
of
re
ço
bra
va
e
l e n t a
res
ist
ên
cia
.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

:: Poema (?)

No início do silêncio
risos e corre-corres
cruzam o que por algumas horas será [deserto]?
salvo transeuntes desobrigados
da rotina "que constrói e destrói coisas belas"
No descampado de asfalto e concreto
crianças empinam sacolas brancas
como se pudessem colher as poucas estrelas

outros desbicam pequenas capuchetas improvisadas
como a vida
ignorando a melancolia dos adultos que assistem
porque desaprenderam a brincar.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

:: Poema (?)


Era um preto de olhos baixos
Barba rasteira e branquiçada
Perseguia o samba nas casas rendeiras
De onde batucava e só ria riso exagerado
Queria o samba das dona de branco
Que fala línguas de caboclo e
Pisa com pés pelados na terra
Levava consigo pratos panos e um pavão
Eita preto risador
Feliz
Chorava em oração
Mas se ouvisse um verso de samba bom
Se gingava todo e só ria
Fazendo batuque n'palma da mão.